terça-feira, 13 de julho de 2010

Fragmento de uma escolha

Eu quero aquilo ali.
Ali onde são abrigadas calorosamente, com o maior dos peitos completamente aberto, nossas vontades mais sorrateiramente encobertas. Ali, que é o parque de diversões daqueles que estão cansados do furacão de hipocrisia que tem um epicentro bem diante de nossos narizes.
Eu quero aquilo que não tem nome.
Aquilo que deliciosamente roça meus lábios com sabor de perigo. O mel de tudo aquilo que não está aqui. Porque se aqui estivesse seria óbvio, enfadonho, careta.
Escolher é como pintar um quadro, filmar um plano, conceber uma cena. É um posicionamento frente a tudo. E assim, aproximamo-nos daquilo que nos é essencial através do que essencialmente é invisível, sagrado e profano.
Mas as escolhas são cruéis. Escolher uma rosa é antes de qualquer coisa deixar de escolher o restante do jardim.
Ali está o que pertence não a mim, mas ao que quero.

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